Somos como a lua, cheios de fases. Cada fase da nossa vida tem uma beleza diferente, e quando pensamos que já vimos tudo, a vida brinca e nos dá um novo modo de ver o mundo, as coisas e as pessoas. O amor nessa fase é realmente o início de tudo e a experiência da nossa sabedoria nos dá a paciência devida para modificar com a cor e o corte que melhor nos agradar!
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
*INÊS E PEDRO: QUARENTA ANOS DEPOIS*
É tarde. Inês é velha.
Os joelhos de Pedro não o deixam caçar
e passa o dia todo em solene toada:
"Mulher que eu tanto amei, o javali é duro!
Já não há javalis decentes na coutada
e tu perdeste aquela forma ardente de temperar
os grelhados!"
Mas isto Inês nem ouve:
mas só o aparelho está mal sintonizado,
mas também vasto é o sono
e o tricô de palavras do marido
escorrega-lhe, dolente, dos joelhos
que outrora eram delícias,
mas que agora
uma artrose tornou tão reticentes.
Inês é velha, hélas,
e Pedro tem cãibras no tornozelo esquerdo.
E aquela fantasia peregrina
que o assaltava, em novo
(quando a chama era alta e o calor
ondeava no seu peito),
de ver Inês em esquife,
de ver as suas mãos beijadas por patifes
que a haviam tão vilmente apunhalado:
fantasia somente,
fulgor que ele bem sabe ser doença de imaginação.
O seu desejo agora era um bom bife de javali macio
(e ausente desse horror de derreter neurônios).
Mais sábia e precavida (sem três dentes da frente),
Inês come, em sossego,
Uma papa de aveia.
(Encontrado em uma revista e imagens da internet)
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Um comentário:
Pois... pois...
Quem gosta de coisas tenrinhas tem que saber procurá-las. Não pode deixar prá mulher escolher... (rsrsrs)
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